sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Carnaval 2009 - Tietê e Sabino

Algumas histórias desse carnaval merecem ser contadas, além do passeio em si que foi muito bom e uma delícia, pude conhecer melhor alguns amigos nessa viagem e entendê-los um pouco mais além é claro de me fazer entender mais por eles também.
Abaixo alguns cliques do Rio Tietê e da travessia de balsa feita por nós de manhãzinha.
Na ida durante a travessia de balsa uma cena muito chocante, uma mulher bêbada sai de dentro da balsa caminhando cambaleante, pronuncia algumas palavras que não me recordo e cai bem onde a balsa se conecta com a terra firme meio que desmaiada. Os caras da balsa vão até lá e carregam ela pra um canto a tirando da lama, deixam ela jogada dormindo na grama e a balsa parte. Não soubemos de onde veio essa personagem e nem para onde foi, e o que pudemos aprender com ela?
Talvez nada, mas o que eu sei é que, levamos três litrão pra beber no acampamento, pinga de alcatrão, licor de chocolate, vinho, e não bebemos nada. Chegamos a abrir o licor, só que ninguém teve vontade de virar o copo ou beber além do primeiro gole. Voltaram tudo, trouxemos as bebidas todas de volta. É, utilizamos o motivo de que estava muito quente pra beber, mas a imagem da velha bêbada caindo de cara na lama e sendo carregada pro canto pra sair do caminho da balsa ainda estava em nossos inconscientes.
Na volta outro caso triste, estávamos em Lins esperando e fazendo hora para voltarmos até Marília. Eu tinha ido até o supermercado comprar alguma coisa e o pessoal ficou por lá. Quando retornei do supermercado estavam todos brancos de susto e roxos de vontade de contar o que tinha se passado na minha ausência. Coisa de filme mesmo.

Presenciaram o desenrolar de um caso de pedofilia no banheiro da rodoviária de Lins.
Ao que parece, meus amigos contando, um velho tentou estuprar, ou conseguiu (não se sabe) um menino dentro do banheiro, o guardinha percebeu uma movimentação estranha, flagrou a cena e correu atrás do velho e chamou a polícia. O menino desnorteado e pálido de medo, vergonha e pânico saiu do banheiro e foi até próximo dos meus amigos, que segundo eles trocaram algumas palavras nas quais puderam sentir o desespero e a dor em cada sílaba proferida pelo garoto.

Depois os policiais apareceram e conseguiram pegar o velho pedófilo, e localizaram também o pai do menino e foi todo mundo para a delegacia resolver o caso e nosso contato com o assunto morreu aí.

Mas até um mendigo que estava por lá, acabou fazendo amizade com meus amigos pelo ódio compartilhado com relação ao velho pedófilo, já que o mendigo dizia: se fosse com meu filho eu matava esse velho... afirmação corroborada pela indignação do pessoal com o ocorrido. Depois o mendigo veio contar do caso do cara que morreu em Guaimbê porque comeu jaboticaba e tomou café (versão do mendigo para o clássico leite com manga) e caiu no descrédito do pessoal.

Aproveitando que citei Guaimbê, tenho que listar as cidades que conhecemos nessa viagem e pelas quais passamos, Júlio Mesquita, Guarantã, Cafelândia, Lins, Guapiranga, Sabino, Sales, Guaimbê e Getulina.
Em Sabino, uma cidade muito pequena e limpa que atravessamos a pé, tirei fotos da praça da matriz muito bonita e bem cuidada. A igreja tem um ar muito inspirador, deu até uma idéia para o rpg, se algum dia voltar a mestrar vampiro.
Há outras histórias que ocorreram na viagem desse carnaval, algumas menos contáveis e outras menos interessantes, e que só quem foi sabe do que eu estou falando, mas foi inesquecível sem dúvida, pelo menos até a próxima.

Carnaval 2009 - Acampamento em Sales

Esse Carnaval foi muito bom, acertamos numa viagem, mesmo sem nunca ter ido ao local, Sales é ótimo, e acampar no Carnaval foi muito legal, além do que nessa viagem tivemos ótimas surpresas, e ela foi melhor do que a expectativa porque muita coisa que imaginamos que poderiam não dar certo, deram, e ainda de um modo melhor que o imaginado.

Abaixo uma foto da entrada de uma das prainhas de Sales, a praia do Torres, do Camping, que diga-se de passagem ficou de graça pra nós, não cobraram nada da gente. Ainda tentamos ir pagar, mas deixaram de graça.

Acampar de Carro 15,00

Acampar de Moto 10,00

Área de Camping 5,00

Nós indo acampar....................................... não tem preço!!!!

Aqui uma foto da barraca tamanho família que a Cheiza levou, cabia eu de pé lá dentro. Muito espaçosa mas mesmo assim nota zero pra nossa organização lá dentro. Nossa e como ela esquentou no outro dia quando pegou sol direto, virou um forno.Gostei muito de lá também por causa da segurança o camping é muito seguro, e podíamos largar a barraca lá a vontade e ir nadar e voltar e tudo estava como deixamos, sem ninguém ter mexido em nada. Da próxima vez que formos, como já vimos que lá é tudo bem organizado, a comida barata, o banho de graça e seguro, iremos de moto.Algumas fotos da prainha que era o que tinha de melhor por lá, além da música o tempo todo, e digo o tempo todo mesmo, sem parar, de madrugada até as seis da manhã e direto até anoitecer de novo!!! Aprendi a dançar o kuduro por lá também entre outras histórias que prefiro não comentar!Muito boa a praia lá, o rio não estava limpíssimo mas nadável e sem algas. Tem bastante parte rasa e dá para nadar, além do que tivemos muita sorte e fez sol todos os dias, e muito calor, por causa do calor nadamos até de noite. E como não esquecemos do repelente, as noites foram boas e sem mordidas de mosquito ou qualquer inseto.Tinha banana para andar por lá e pedalinho, o preço não era caro, e até cogitamos ir, mas o Gley ficou com medo do colete não flutuar... sem noção, e acabou que não fizemos o passeio, mas da próxima vez a gente vai, o jet ski era mais caro só que deve ser bem mais emocionante, só que imagino que precise de licença pra pilotar, eu não sei ao certo.Quando chegamos estava lotado de barracas, foi difícil arrumar um espaço, na segunda-feira deu uma esvaziada, mas de madrugada para terça-feira começou a encher de novo. O povo muito simpático, conheci a primeira dama também muito atenciosa. Tinha banho quente, comunitário, mas haviam alguns horários estratégicos que você pegava todos os chuveiros vazios, mas também dava para tomar banho nas duchas a beira rio, com água fria mesmo no estilo banho BBB, não muito eficaz.Muito arborizado tem até um campo de futebol lá dentro, e vários quiosques para alugar, o maior 35,00 a diária e o menor 25,00 com churrasqueira. Ah, e quanto a balsa, que atravessa do porto de Sabino até Sales, ou melhor até a prainha do Torres... como procurei o preço dessa bendita balsa na internet, e não encontrei de jeito nenhum. Só ligando na prefeitura de Sabino me informaram os preços e mesmo assim rolou uma dúvida na voz da moça que deu a informação de modo que só confirmamos por lá mesmo.

Como sou uma pessoa legal, vou por os preços aqui pra ninguém que for pra lá se matar de procurar:
Passageiro a pé 2,00
Moto 6,00
Carro 15,00
Caminhão é mais caro mas não me liguei no valor. Atravessar a cavalo é barato também, não que alguém vá precisar, mas tinha a informação por lá. E lembrando, a balsa sai horas pares de Sales da margem do camping e em horas ímpares da margem de Sabino, que é um "porto" que dista 3km da cidade de Sabino por estrada asfaltada, só pra informar.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Quase um fotolog...

Esse blog aqui já está virando um fotolog de tanta foto, mas como prometi aqui estão as últimas que faltavam...

Nessa temos o Valdir, a Geisiele, a Raiane e a Thais e o Carlos em cima... ficou estranha essa frase.

As moças lindas e inteligentes do terceiro ano, Natália e Nayara com o Carlos aparecendo de abelhudo na foto.
Aqui do outro terceiro, a Cilene, minha prima querida, a Michele, excelente aluna e a Tatiane.

Uma geral do 3º B... só moça linda... com uns dois marmanjos lá atrás, ainda bem que ficou lá atrás.
Outra do terceiro. Quem vê acha que essas meninas são muito tímidas, escondendo o rosto da foto...

Essa é das meninas do primeiro ano, elas me falaram os nomes, eu até marquei, mas como esperei todo o carnaval para postar, nem tenho idéia de onde deixei eles, então por enquanto vai sem os nomes, depois eu edito.
A famigerada caixa preta desnudada, tanam nam nam...Fui eu quem fiz essa caixa, até que ficou boa, modéstia a parte...
Olhem os palitos de churrasco presos com bexigas pelo palito de sorvete, com o arame atravessando pelo meio de lado a lado da caixa. Também dá pra notar os elásticos prendendo o fim dos palitos nas laterais da caixa.

Uma panorâmica da caixinha, que agora já está em outras mãos... também deu pra enjoar delas hein, dei a mesma aula em 15 salas diferentes...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Outras fotos das classes de Sexta.

Aqui vão mais algumas fotos, das salas que eu fui na sexta-feira. Primeiro duas fotos do primeiro ano do ensino médio C, algumas carinhas conhecidas, mas a densa maioria foi a primeira vez que vi e conheci, se bem que ainda não os conheci muito bem.


A classe parece meio agitada, com alguns mais que os outros, como toda sala, interessada em coisas e aulas diferentes e muito simpática, gostei muito deles e espero que ao longo do ano tenhamos mais boas aulas para recordar com apreço.

A sala é mais vazia que as outras, não sei se muitos alunos faltaram ou se são mesmo menos alunos e alunas, já que não me lembro.

Essa aqui é a Vanessa sentindo o peso da caixa.

Outra do grupo dela, com uma anotando o que elas pensaram a respeito enquanto o grupo mexe mais um pouco na caixa e nos palitos.

E nessa temos a Amanda olhando a caixa com atenção, muito falante e agitada, e pareceu muito interessada também.

Também fui para o Segundo Ano do Ensino Médio C, adorei rever esses alunos, peças raras carimbadas e muito queridas. Estavam com muita saudade e querendo muita atenção que começaram a abusar da boa vontade do professor aqui, tive que ser mais enérgico, não muito, como sempre, mesmo porque gosto muito deles e mesmo fazendo palhaçadas são umas graças, só que aula é aula né, não tem como ficar embaçando e perder meu tempo e o deles, mais tarde eles iriam me condenar, não que não irão agora, mas imagino que menos do que se a aula fosse uma diversão só... claro que também é só a primeira impressão, mesmo eles já me conhecendo tenho que fingir que sou durão.

Na foto abaixo temos o Diego parecendo interessado, coisa rara, no funcionamento da caixa preta, o Francelino ajudando a desvendar o mecanismo e a mão do Wesley fazendo algumas anotações.


Aqui o Wesley anotando na folha pra entregar o esquema que o grupo dele pensou para a caixa, aliás foram os que chegaram mais próximos do mecanismo nessa sala.

Aqui o João e o Lucas estudando a caixa preta, tem também uma aluna nova para mim que eu ainda não consegui decorar o nome, mas não se preocupe que rapidinho isso se resolve.

O Lucas e o João também aproximaram-se muito do funcionamento da caixa preta, isso porque raciocinaram muito, olha a face do Lucas, está até fazendo força de tanto que está pensando.

Aqui o Rodrigo mexendo na caixa e o André ajudando a pensar num esquema para ela. Esses dois adoram me atentar, mas são muito gente boa. E nessa aula participaram bastante, foi muito interessante.
Mais uma do Rodrigo tentando entender o funcionamento dessa caixa obscura...
Para terminar, mais algumas fotos da turma do 1º C.
Vou ficar devendo os nomes, porque eu ainda não sei, muito aluno novo para lembrar em uma semana só. Mas nessa aqui saiu o Daniel, de azul, e sem o boné, que como já foi meu aluno eu posso indicar quem é, o outro de azul se não me engano é o Jonathan.
Aqui três fotos gerais do Segundo Ano B, nessa podemos ver a Joseanne, o Edson, o Vinicius, o George, o Guilherme, o outro Vinicius, a Maria, a Jéssica, o Paulo, a Daiana, o ombro de alguém que não sei quem é, e mais alguns que também tão muito lá atrás e não consigo saber direito quem são.
Nessa outra é dá para ver minha mesa cheia de tralha, como sempre... professor aloprado, cheio das bugigangas. Muita gente nessa foto não vou ficar descrevendo quem são não...
Aqui a última da sala, do outro lado dela, dá pra ver o Douglas e o Bruno em pé, o Douglas de azul e o Bruno de verde.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Primeira semana - Mais fotos com a Caixa Preta!

Aqui vão mais alguns closes dessa semana agitada antes do carnaval, primeiro alguns alunos do período da manhã tentando desvendar o mecanismo existente no interior da caixa preta da atividade proposta para a primeira semana:

A Camila, excelente aluna, testando a densidade e o peso da caixa.

A Maria com um sorriso lindo mexendo no palito de churrasco testando a elasticidade no interior da caixa.

E o Célio, olha só que cara de interessado e aluno aplicado, momentos como esse claro que mereciam uma foto.


Agora algumas fotos geral de sala. Do período noturno e depois alguns closes de alguns alunos que pediram um "flashzinho".

Essa é do segundo da noite, segunda série D, na foto aparecem a Mayara, a Vanessa, o Kauê, a Karla, o Rafael, a Ana Paula, a Dina, o Donizete, o João Paulo, o Rui, a Maísa se escondendo da foto, o Luís Carlos, a Graziele, a Sabrina e me perdoem se esqueci de alguém, mas estes são os que consegui enxergar.

Outra da mesma sala, agora no outro ângulo, após a atividade com as questões sobre modelos científicos. Nessa eu consigo ver a Laura, a Thais lendo nem aí com a foto, a Dina, a Ana Paula, o Rui, o Donizete, a Karla, o Kauê, o Rafael, alguém deitado pra não sair na foto, o João Paulo em pé, a Mayara, a Vanessa, a Tamires, a Jeniffer, a Larissa, alguém se escondendo com o fichário, e uma galera lá atrás que não me lembro agora de todos.

Essa aqui eu tirei na primeira série D, a maioria dos alunos são novos pra mim, não conheço ainda. Impressão da sala? Pareceu-me boa, para os padrões noturnos, com algumas pecinhas carimbadas que vão dar algum trabalho ao longo do ano, mas nada que uma boa conversa não resolva, não é? Qualquer coisa, não resolvendo com a conversa, sempre temos os meios oficiais do Nely... aliás, logo na primeira semana acabei pondo dois pra fora... tem que fazer uma média de professor linha dura na primeira aula né!!! Ah é, quando bateu o sinal para ir embora que eu bati a foto, então já estavam todos saindo... e um aviso para a Mara, não avisei a direção que você sujou as cadeiras sua arteira, mas fiz questão de por aqui.
Aqui uma do Douglas e do João Paulo com cara de sério, olha só, dá até pra pensar que ele não gosta de zueira.

Essa foi montada hein, Douglas com o óculos querendo dar uma de intelectual, mas ficou mais pra uma coisa assim... alegre... bem alegre... e o Júlio do lado quase rindo. Ah, não sei o que está na lousa, porque a aula era minha, mas não foi eu quem desenhou ou escreveu aquilo ali não.
Aqui as irmãs, Flávia e Alessandra, fechando especialmente essa sessão de fotos no blog. O orkut eu não sou muito de passar não, mas as fotos dá pra pegar aqui como prometi, valeu meninas, beijo e abração!

Respostas das Questões - Modelo Científico

Estou postando aqui as resposta para as questões que foram passadas em algumas salas ou apenas comentadas na minha fala em outras.

1 - Como você define o que é um modelo?

Modelos são representações da realidade, com os modelos damos realidade a uma série de coisas, objetos, idéias, conjecturas, que estão em nossa mente e por isso apesar de terem eco (relação) com a realidade, não são a realidade, mas sim uma tentativa de traduzi-la, explicá-la e entendê-la.

2 - Qual seria, então, o papel dos modelos na Física?

Na Física o papel dos modelos é representar uma parte da realidade, a parte investigada pela ciência e pelo cientista. É através dos modelos que o físico tem acesso a algumas realidades que de outro modo seriam inacessíveis para ele com o uso dos cinco sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato), e a partir deles pode então representar, entender e explicar a Natureza, os fenômenos naturais e assim desenvolver sua idéia de funcionamento do Universo.

3 - Com que os físicos constroem os modelos científicos?

Os Físicos podem se utilizar de materiais para a construção de seus modelos, como metais, madeira, isopor, através do uso de experiências e aparelhos, ou utilizar-se de "materias intelectuais", que são os conceitos, relações, teorias, que provém de sua razão e de sua imaginação. E aí que entra a matemática, uma poderosa ferramenta na física, que serve para comprovar a eficiência e eficácia dos modelos teóricos criados pelos físicos através de suas equações, representações simbólicas, fórmulas e medidas.

4 - Por que os modelos mudam na ciência?

Na ciência nada é estático e fixo, tudo está em constante evolução. E quando um modelo é criado para representar um fenômeno ou problema investigado pelos cientistas ele é testado incansáveis vezes e as informações que ele fornece são confrontadas com as observações na natureza e com os dados obtidos em diversos experimentos. E sempre que alguma coisa não vai como o previsto, ou algum dado e observação não é explicado o modelo é revisto, acrescido ou substituído.
E assim os cientistas correm atrás da natureza, tentando explicá-la e enquadrá-la em seus princípios, fórmulas e conceitos e não o inverso. A natureza não é explicada e funciona de acordo com as leis da física, mas as leis da física que são feitas e montadas de acordo com o modo como a natureza funciona.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Problema com BIS, solução moral

Durante a aula na Segunda série D deparei-me com um dilema chocolático (se é que existe essa palavra) para solucionar. Após verificar as respostas que mais aproximaram-se do que haveria dentro da caixa preta, notei que quatro grupos estavam em pé de igualdade para a solução. Como vi que já que ia premiar os quatro, mais fácil seria já premiar a sala toda por ter ajudado no desenvolvimento da aula e também para passar uma idéia de generosidade e divisão com nossos iguais e foi a decisão que tomei.

Ao comunicar a decisão a classe, alguns alunos levantaram a questão: essa solução é injusta. Seria, pois, injusto dividir o prêmio com toda a sala, sendo que apenas alguns chegaram próximos do que havia no interior da caixa.

E antes de responder me detive um momento em pensamentos me perguntando... injusta para quem? Afinal, qual a perspectiva dessa injustiça?

E então irrompeu em mim uma vontade de falar sobre o assunto e foi inevitável acabar dando uma solução moral a sala.

Claro que quem sou eu para impor qualquer prática de aspecto moral, que deve nascer de dentro da alma individual de cada um e não ser imposta, então comecei dizendo que o que ia dizer era mais para pensarem, não para responderem, porque segundo diferentes perspectivas, obteríamos diferentes soluções para o caso, e claro, não há a solução correta e a errada, apenas há a solução que privilegeia mais uma atitude competitiva e de desigualdade social e aquela que opta pela igualdade social e a cooperação.

O caso foi metaforizado em outro: Existe um cara, muito rico e com muito dinheiro, e dono de muitas terras e fazendas, todas produtivas e que lhe dão muito dinheiro, dinheiro pelo qual ele trabalha para manter e cada vez mais multiplicá-lo... ao lado de suas terras há um assentamento de sem-terras, onde vivem na miséria, pobreza e desnutrição, com as crianças passando fome, anêmicas e doentes, é justo esse tipo de situação? É justo que uns se vangloriem com muito, e outros morram famintos as pencas pelo mundo... afinal, onde há a justiça?

Mas por outro lado, seria justo para o dono das terras, que as conquistou com trabalho e suor e reuniu toda sua vasta riqueza ao longo de vários anos, desapropriar uma de suas propriedades e dividi-la entre os sem terras distribuindo também parte de sua renda de uma forma mais igualitária, para que ao menos todos pudessem ter uma vida digna, saudável e sem escassez e miséria? E dessa forma ficando o dono das terras privado e tendo subtraído parte de seus lucros e riquezas que seriam dados para outros que não teriam feito o mínimo de esforço para conseguir o que ganhavam.



O problema dessa solução, que a princípio tão trivial, afinal, era apenas um bis branco... tornou-se então uma representação do problema que nós enfrentamos todos os dias na nossa vida, tornou-se um modelo da lendária disputa entre dois sistemas econômicos antagônicos e com bases em preceitos muito distintos.

Nosso atual sistema econômico, o capitalista, aquele no qual vivemos, diria que é justo que aquele que lutou, competiu e venceu, seja o único a ter acesso, usufruir e gozar de suas riquezas, fortunas e glórias. Em algum outro sistema mais igualitário, que poderiam ser o socialismo, o comunismo ou mesmo o anarquismo... o justo seria que o prêmio fosse distribuído igualmente, ou proporcionalmente entre todos, e mesmo que de forma desigual, mas que ao menos garantisse o básico de acesso de todos a condições humanitárias de existência, alimentação, saúde, trabalho e educação, mesmo que isso significasse ter que retirar de um, que tem em excesso, para dar a outros que não trabalharam e venceram a árdua competição do cotidiano.

As duas justiças poderiam estar corretas, eu optei por algo mais generoso e igualitário, por dois motivos, primeiro pelo meu caráter que inclina-se mais para esse lado, e segundo, pois é uma forma de mostrar que grandes temas perpassam pequenas situações de nossa vida, e mais do que ganhar um bis, estaria dando a todos uma chance de poderem também rever suas posições quando a solução chegassem a suas mãos.

Talvez não fosse a melhor solução, ainda mais porque, pelas leis de nosso país, a solução correta teria sido premiar apenas os vencedores, porque não devemos esquecer que apesar das políticas assistencialistas do governo, também vivemos em um sistema capitalista, onde a motivação para tudo e inclusive a educação é encarada pela sociedade como um meio para um fim certo e almejado por todos, o dinheiro, a aquisição de mais recursos, a vitória na competição social que é viver no Brasil.

Espero não ter magoado ninguém na sala levantando essa discussão, o que posso dizer não foi minha intenção, e nem por impor a minha solução, que afinal foi a que tomei. Só digo que perdido não foi esse momento na aula, porque mesmo que a física não estivesse ali presente, a discussão sociedade-riquezas-atitudes, passou muitas e muitas vezes pelo mundo dos físicos os quais nem sempre fizeram as escolhas mais igualitárias na ocasião, haja visto, que alguém afinal, um físico, teve que aceitar construir a bomba de Hiroshima.